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Vale a pena ser professor?

No post “Professor em linha torta”, falei um pouco sobre minha formação, como entrei no curso de Letras e do longo caminho até me encontrar e me reconhecer no exercício docente. Um dos motivos que me fizeram sentir mais segurança em entrar na sala de aula e dar aulas foi a consciência de que estou em constante formação e aprendizado. Quanto mais isso ficou natural para mim, mais fui me tornando dono do meu próprio saber.

Segundo Ruben Alves, “Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia de nossa palavra. O professor, assim, não morre  jamais.”

Eu concordo plenamente com essa ideia. Um dos grandes motores para minha continuidade na profissão são os alunos que, no início do ano, são aprovados nos vestibulares e compartilham com a gente essa conquista. Dá aquela sensação de “deu certo, vale a pena, então vamos começar tudo outra vez.” Os sonhos deles se tornam nossos sonhos também, e isso não tem preço que pague.

PORÉM (assim mesmo, com letra maiúscula), para além da vocação e da felicidade compartilhada, vivemos em um mundo em que precisamos de pagar nossas contas, e, portanto, esperamos ser remunerados de forma justa pelo trabalho que fazemos. O recorte que farei sobre essa questão é muito específico, em um universo privilegiado no qual eu me encontro (tenho plena consciência disso).

Lembro-me de uma vez em que fui participar de um processo seletivo para estágio na Universidade Federal de Uberlândia, para o setor de Processos Seletivos. No dia da entrevista, havia 15 alunas de diferentes cursos, e eu era o único candidato masculino. Em uma visão estereotipada (eu disse ali em cima, estou em constante formação), pensei que não conseguiria a vaga, por uma possível preferência por mulheres para atender ao público.

Eis que fizeram a seguinte pergunta: o que você gosta de fazer para relaxar, nos momentos vagos? A primeira candidata respondeu que gostava de ler, para adquirir conhecimento, e ouvir música. Num efeito cascata, creio eu, as outras começaram a repetir que gostavam de ler, como se essa resposta fosse a necessária (“não quero que pareça que eu não gosto de ler; então direi isso, assim como a candidata anterior, e a anterior…“). Quando chegou minha vez, mesmo que minha maior paixão fosse a leitura como hobby, não seria essa a resposta: “Eu amo nadar! Se tem algo que me relaxa, me liberta e me faz sentir como se não houvesse problemas, é entrar em uma piscina, ou rio, ou mar, e me desconectar do mundo.”

O olhar de surpresa das candidatas anteriores foi, no mínimo, curioso. Não sei se estavam realmente alarmadas pelo fato de o aluno do curso de Letras não ter dito que gostava de leitura como forma de relaxamento, ou raiva por não terem dito (talvez), o que realmente quisessem dizer. O fato é: consegui a vaga.

Conto essa história para refletir um pouco sobre autenticidade, e sobre o fato de que somos reconhecidos quando bancamos aquilo que fazemos, da forma como fazemos (sem idealizar esse comportamento – isso é muito importante – como o único possível, ou o melhor). Eu (acho que) não serei o professor que conta piadas e que se fantasia para entrar na aula, e tá tudo bem. Com quem faz isso e com quem não faz.

Eu me orgulho muito de não me achar pronto, o “professor bonzão“, que sabe tudo e que domina a melhor forma de dar aula. Eu gosto de me aproximar dos alunos, mostrar que sou professor/aluno e aluno/professor, e, principalmente, aprender, todos os anos, novas formas de ensinar, de aprender, deixando para trás o que não deu certo, e pronto para compartilhar ideias com outros professores (que estejam dispostos a isso, claro). Eu não quero fazer parte de um grupo que responde a mesma coisa por achar que “assim está legal”.

É um risco? Com certeza. Mas vale a pena, porque existem profissionais, coordenadores, escolas e empresas que buscam esse professor “não enjaulado”, que estimula também a liberdade dos alunos e que reconhece o árduo trabalho por trás disso.

Voltando ao  Ruben Alves, ele faz uma metáfora que associa a criança à libélula, pois ela é frágil, leve, paira no ar e faz voos rápidos, inesperados; já o adulto maduro é simbolizado pela tartaruga: embora confiável, é pesado, vagaroso, cartesiano.

Talvez eu nem sempre consiga, mas busco ser libélula na vida e na sala de aula, e espero encontrar outras para que busquemos tornar ainda mais clara a resposta para a pergunta do título desse post: Vale. Muito. 

Vem voar com a gente? Acelera, prof.

 

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