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Ideia de plano de aula de gêneros textuais (resenha crítica)

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Um dos gêneros textuais mais cheios de possibilidades para se trabalhar em sala de aula é a resenha crítica, e isso porque se pode resenhar quase tudo – ou tudo: livros, músicas, séries, propagandas, curta-metragens, produtos…

A partir disso, pensamos no seguinte: já que as opções de desenvolvimento desse gênero são muitas, dá para ser criativo na hora de criar a proposta de redação, certo? Então, professor(a), se você pretende explorar esse gênero com os seus alunos, confira esse plano de aula!

1. O que é uma resenha crítica?

A resenha crítica pertence aos tipos textuais descritivo e argumentativo, e é um gênero que aborda os pontos essenciais de um ou mais textos, aos quais são somados a opinião coerente do autor. Assim, embora seja uma produção curta, é preciso que as informações principais do texto fonte estejam presentes. Por ser um texto curto, trata-se, inicialmente, de um exercício de síntese e, depois, de análise crítica, que é quando temos contato com a opinião do autor da resenha. Não se pode esquecer de que a resenha crítica tem uma parte descritiva, é claro, mas é bem diferente de um resumo, porque o autor expressa o seu ponto de vista.

2. Para que ela serve?

Se quisermos transmitir as ideias principais de um ou mais textos para alguém que não os leu, ouviu ou viu, além de recomendar ou não um produto, a resenha é muito importante! Pensando no cenário do cinema, imagine o que seria de nós sem IMDb, Omelete ou Adoro cinema! Aqueles vídeos de youtubers a assistimos antes de decidirmos acompanhar uma série ou comprar um jogo caro são um exemplo mais do que válido para evidenciar a importância desse gênero. Conforme as resenhas são lidas por quem deseja saber mais sobre um assunto, elas têm poder de influência.

3. Como obedecer ao gênero?

— Sintetizar ao máximo: incluir apenas as ideias principais na parte descritiva;
— Não inserir informações novas e atribuí-las ao(s) original(is), mas destacar que fazem parte da opinião do autor;
— Nada de distorcer o texto fonte para favorecer a crítica;
— Citar o texto que está sendo resumido para que o leitor saiba de onde vieram aquelas informações e possa, caso queira, conhecê-lo na íntegra;
— Nada de spoilers!!!;
— Dar uma opinião que seja coerente e convincente, ou seja, “não gostei porque sim” é válido como justificativa, desde que você não esteja tentando convencer o outro sobre a qualidade ou falta dela em uma obra.

4. Como trabalhar o gênero em sala de aula? Aqui vai uma ideia:

Solicite, de cada estudante, a sua série ou filme preferido. Depois, peça que eles façam uma pesquisa no celular e encontrem uma resenha crítica que eles julguem adequada daquela obra (eles podem emprestar o celular uns aos outros caso nem todos possuam o aparelho/conexão à internet). Depois, peça a alguns para compartilharem as resenhas críticas que escolheram e explicarem por que optaram por elas: o que elas têm de especial? Provavelmente a resposta será: porque eu concordo com ela, hehehe, mas é exatamente assim que julgamos, não é? No fim, é importante perceber que a resenha crítica é particular, pois lida com gostos. A seguir, aponte as características principais do gênero, na lousa, a partir das resenhas críticas citadas por eles, adicionando o que faltar.

No caso de filmes, séries e livros, uma boa resenha crítica, vale ressaltar, não pode ter spoiler!

Como atividade de casa, os estudantes podem produzir as suas próprias resenhas críticas de um conto de que gostarem, ou alguma narrativa mais longa que eles tenham lido em outras matérias ou mesmo na sua aula.

Por que escolher um filme ou uma série e não um conto para apresentar um gênero?
Inicialmente, para mostrar que a resenha crítica se aplica a vários tipos de texto, e não somente aos escritos. Além disso, para evidenciar que eles certamente já tiveram contato com resenhas críticas quando estava procurando sentido da terceira temporada de Dark, por exemplo, mas que não se deram conta. Tudo isso para “abrir caminho” para o novo gênero.


5. Dicas importantes para os alunos:

1) Analisar o(s) texto(s) com calma;
2) Em uma segunda leitura/visualização, anotar/sublinhar as ideias principais;
3) Excluir, da apresentação da obra, as ideias ou fatos que não terão muita relevância para a análise crítica;
4) Organizar, de maneira lógica, o mais importante;
5) A partir dessas ideias mais importantes, construir a análise crítica deixando claro por que motivo existe ou não qualidade na obra;
5) Não atribuir fatos, informações ou acontecimentos à obra se eles não estiverem no texto original. Se a análise é do aluno, é importante pontuar que se trata de uma opinião;
6) Reler o texto final para ter certeza de que ele está organizado corretamente (porque revisar nunca é demais).

6. Ideia de proposta 1:

Imagine que você trabalha em um site que faz resenhas críticas de filmes em streaming. A Netflix acabou de incluir um novo curta-metragem no acervo e seu chefe pediu a você para escrever uma resenha crítica dele. O curta se chama A casa de pequenos cubinhos, do diretor Kunio Kató, de 2001. O assunto principal é o aquecimento global. Você precisa assistir ao vídeo e, depois, escrever uma crítica da obra de até 15 linhas, obedecendo às características do gênero que você já aprendeu. Não deixe de fora nenhum dado importante (diretor, país de produção, ano de lançamento, acontecimentos importantes, tema…) mas também não se esqueça da parte crítica! Produza um texto interessante, que dê vontade no interlocutor, porém, cuidado para não dar spoiler!

7. Ideia de proposta 2:

Já pensou em como deve ser boa a vida de uma pessoa contratada para testar novos produtos? Ganhar um salário no final do mês para testar bolachas, chocolates, biscoitos, condimentos, massas prontas (e comer uma saladinha e fazer exercícios físicos para equilibrar tudo isso) e, além de comidas, experimentar novas caixas de som, computadores, fones de ouvido, tênis esportivos… Então, imagine que você é um desses sortudos: você trabalha em uma revista que tem uma sessão dedicada somente a críticas de produtos recém-lançados. A sua missão é evitar que as pessoas gastem grandes quantias em dinheiro em mercadorias que não têm a qualidade prometida ou que são de baixa usabilidade. Escolha uma das propagandas abaixo e utilize-a para fazer uma crítica hipotética do produto divulgado nela. Preocupe-se em apresentar para o leitor da sua revista as partes descritiva e crítica:

Descritiva:
– Qual é o produto? O que ele faz? Qual a forma e outros detalhes físicos?
– Qual informação sobre ele é passada propaganda?

Crítica:
– Como foi a sua experiência como usuário? O produto cumpre o que a propaganda promete? Por quê?
– Qual público é atendido por esse produto e qual não é? Vale a pena pagar esse valor por esse produto?

Lembre-se de dar igual importância à parte descritiva e à parte crítica!

Bridgestone:

Oreo (discussão sobre qual a melhor parte da bolacha, biscoito ou recheio):

Doritos:

Dentyne (chiclete):

TNT (pressione o botão para adicionar drama):

 

8. Ideia de proposta 3:

Peça aos alunos que façam uma resenha crítica do conto “Aquela água toda”, do escritor brasileiro contemporâneo João Anzanello Carrascoza, retirado do livro homônimo (Cosac Naify, 2012 – em edição linda de morrer, com jacket e ilustrações internas em papel manteiga, como se tudo estivesse coberto por água).

 

Aquela Água Toda - Saraiva

 

Era, de novo, o verão. O menino estava na alegria. Modesta, se comparada à que o esperava lá adiante. A mãe o chamou, e o irmão, e anunciou de uma vez, como se natural: iriam à praia de novo, igualzinho ao ano anterior, a mesma cidade, mas um apartamento maior, que o pai já alugara. Era uma notícia inesperada. E ao ouvi-la ele se viu, no ato, num instante azul-azul, os pés na areia fervente, o rumor da arrebentação ao longe, aquela água toda nos olhos, o menino no mar, outra vez, reencontrando-se, como quem pega uma concha na memória. Quando se deu conta, cochilava no sofá, exausto pelo esforço de preparar o dia seguinte.

É verdade, mesmo?, queria saber. A mãe confirmou. O irmão a abraçou e riram alto, misturando os vivas. Ele flutuava no silêncio, de tão feliz. Nem lembrava mais que podia sonhar com o sal nos lábios, o cheiro da natureza grande, molhada, a quentura do sol nos ombros, o menino ao vento, a realidade a favor, e ele na sua proa…

O dia mudou de mão, um vaivém se espalhou pela casa. A mãe ia de um quarto ao outro, organizava as malas, Vamos, vamos, dava ordens, pedia ajuda, nem parecia responsável pela alegria que causara. O menino a obedecia: carregava caixas, pegava roupas, deixava suas coisas para depois. Temia que algo pudesse alterar os planos de viagem, e ele já se via lá, cercado de água, em seu corpo-ilha; um navio passava ao fundo, o céu lindo, quase vítreo, de se quebrar. Não, não podia perder aquele futuro que chegava, de mansinho, aos seus pés. O menino aceitava a fatalidade da alegria, como a tristeza quando o obrigava a se encolher — caracol em sua valva. Não iria abrir mão dela. Viver essa hora, na fabricação de outra mais feliz, ocupava-o, e ele, ancorado às antigas tradições, fazia o possível para preservá-la. A noite descia, e mais grossa se tornava a casca de sua felicidade.

Abriu os olhos: o sol estava ali, sólido, o carro de portas abertas à frente da casa, o irmão em sua bermuda colorida, a voz do pai e da mãe em alternância, a realidade a se espalhar, o mundo bom, o cheiro do dia recém-nascido. O menino se levantou, vestiu seu destino, foi fazer o que lhe cabia antes da partida, tomar o café da manhã, levar as malas até o carro onde o pai as ajeitava com ciência, a mãe chaveava a porta dos fundos, Pegou sua prancha?, ele, Sim, como se num dia comum, fingindo que a satisfação envelhecia nele, que se habituara a ela, enquanto lá no fundo brilhava o verão maior, da expectativa.

Partiram. O carro às tampas, o peso extra do sonho que cada um construía — seus castelos de ar. A viagem longa, o menino nem a sentiu, o tempo em ondas, ele só percebia que o tempo era o que era quando já passara, misturando-se a outras águas. Recordava-se de estar ao lado do irmão no banco de trás, depois junto ao vidro, numa calmaria tão eufórica que, para suportá-la, dormiu.

Ao despertar, saltou as horas menores — o lanche no posto de gasolina, as curvas na descida da serra, a garagem escura do edifício, o apartamento com móveis velhos e embolorados — e, de súbito, se viu de sunga segurando a prancha, a mãe a passar o protetor em seu rosto, Sossega! Vê se fica parado!, ele à beira de um instante inesquecível. Ao lado do edifício, a família pegou o ônibus, um trechinho de nada,  mas demorava tanto para chegar… E pronto: pisavam na areia, carregados de bolsas, cadeiras, toalhas, esteiras, cada um tentando guardar na sua estreiteza aquele aumento de felicidade. O menino, último da fila, respirava fundo a paisagem, o aroma da maresia, os olhos alagados de mar, aquela água toda. Avaro, ele se represava. Queria aquela vivência, aos poucos.

O pai demarcou o território, fincando o guarda-sol na areia. O irmão espalhou seus brinquedos à sombra. A mãe observava o menino, sabia que ele cumpria uma paixão. Não era nada demais. Só o mar. E a sua existência inevitável. Sentado na areia, a prancha aos seus pés, ele mirava os banhistas que sumiam e reapareciam a cada onda. Então, subitamente, ergueu-se, Vou entrar!, e a mãe, Não vai lá no fundo!, mas ele nem ouviu, já corria, livre para expandir seu sentimento secreto, aquela água toda pedia uma entrega maior. E ele queria se dar, inteiramente, como um homem.

Foi entrando, até que o mar, à altura dos joelhos, começou a frear o seu avanço. A água fria arrepiava. Mas era um arrepio prazeroso, o sol se derramava sobre suas costas. Deitou de peito na prancha e remou com as mãos, remou, remou, e aí a primeira onda o atingiu, forte. Sentiu os cabelos duros, o gosto de sal, os olhos ardendo. O desconforto de uma alegria superior, sem remissão, a alegria que ele podia segurar, como um líquido, na concha das mãos.

Pegou outra onda. Mergulhou. Engoliu água. Riu de sua sorte. Levou um caldo. Outro. Voltou ao raso. Arrastou-se de novo pela água, em direção ao fundo, sentindo a força oposta lhe empurrando para trás. Estava leve, num contentamento próprio do mar, que se escorria nele, o mar, também egoísta na sua vastidão. Um se molhava na substância do outro, era o reconhecimento de dois seres que se delimitam, sem saber seu tamanho.

O menino retornou à praia, gotejando orgulho. O sal secava em sua pele, seu corpo luzia — ele, numa tranquila agitação. E nela se manteve sob o guarda-sol com o irmão. Até que decidiu voltar à água, numa nova entrega.

Cortou ondas, e riu, e boiou, e submergiu. Era ele e o mar num reencontro que até doía pelo medo de acabar. Não se explicavam, um ao outro; apenas se davam a conhecer, o menino e o mar. E, naquela mesma tarde, misturaram-se outras vezes. A mãe suspeitava daquela saciedade: ele nem pedira sorvete, milho-verde, refrigerante. O menino comia a sua vivência com gosto, distraído de desejos, só com a sua vontade de mar.

Quando percebeu, o sol era suave, a praia se despovoara, as ondas se encolhiam. Hora de ir, disse o pai e começou a apanhar as coisas. A família seguiu para a avenida, o menino lá atrás, a pele salgada e quente, os olhos resistiam em ir embora. No ônibus, sentou-se à janela, ainda queria ver a praia, atento à sua paixão. Mas, à frente, surgiam prédios, depois casas, prédios novamente, ele ia se diminuindo de mar. O embalo do ônibus, tão macio… Começou a sentir um torpor agradável, os braços doíam, as pernas pesavam, ele foi se aquietando, a cabeça encostada no vidro…

Então aconteceu, finalmente, o que ele tinha ido viver ali de maior. Despertou assustado, o cobrador o sacudia abruptamente, Ei, garoto, acorda! Acorda, garoto!, um zunzunzum de vozes, olhares, e ele sozinho no banco do ônibus, entre os caiçaras, procurando num misto de incredulidade e medo a mãe, o pai, o irmão — e nada. Eram só faces estranhas.

Levantou-se, rápido no seu desespero, Seus pais já desceram, o cobrador disse e tentou acalmá-lo, Desce no próximo ponto e volta! Mas o menino pegou a realidade às pressas e, afobado, se meteu nela de qualquer jeito. Náufrago, ele se via arrastado pelo instante, intuindo seu desdobramento: se não saltasse ali, se perderia na cidade aberta. Só precisava voltar ao raso, tão fundo, de sua vidinha…

Esgueirou-se entre os passageiros, empurrando-os com a prancha. O ônibus parou, aos trancos. O cobrador gritou, Desce, desce aí! O menino nem pisou nos degraus, pulou lá de cima, caiu sobre um canteiro na beira da praia. Um búzio solitário, quebradiço. Saiu correndo pelo calçadão, os cabelos de sal ao vento, o coração no escuro. Notou com alívio, lá adiante, o pai que acenava e vinha, em passo acelerado, em sua direção. Depois… depois não viu mais nada: aquela água toda em seus olhos.

Acelera, prof.!!!

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