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“Professor em linha torta?” – a importância de o aluno perceber que somos humanos, em constante processo

Na era das redes sociais (e, mesmo antes delas), existe uma cobrança social para que façamos parte de algum grupo e sigamos um comportamento padrão. Na escola, eu nunca fui o aluno popular ou do fundão, mas, acredito eu, não me sentia incomodado por não pertencer a esses espaços: sempre busquei relacionamentos autênticos, estivessem eles onde estivessem. No ensino médio, não me imaginava professor. Era mais recluso dentro da escola, conversava com um determinado grupo de amigos e sempre me interessei muito pelas disciplinas de humanas (Gramática, Literatura e Redação). Talvez seria jornalista, ou advogado.

Terminei o terceiro ano, prestei direito na Unesp, não fui aprovado e, ao escolher o curso da prova que ainda faria pela Universidade Federal de Uberlândia, decidi por Letras: tinha afinidade com a área e sabia que seria aprovado. Iniciei as aulas em 2006.

Mudei de cidade, fiz bons amigos, tive oportunidade de fazer estágio e Iniciação Científica, mas pensava pouco sobre os “pós”: continuarei morando em Uberlândia, darei aulas em escolas públicas, particulares, farei mestrado e doutorado?

O fato é que dei aulas de inglês nos anos finais da faculdade e nos dois primeiros depois de formado, mas não estava feliz (nem com o espaço de trabalho, nem com disciplina que ministrava, tampouco com o salário). Então, decidi voltar para Franca e começar tudo de novo. Prestei vestibular para o curso de Direito na Faculdade de Direito de Franca, passei e iniciei as aulas no período noturno.

Enquanto cursava a faculdade, consegui algumas aulas em uma escola em Passos-MG, e a cada dia sentia mais que a sala de aula não era meu espaço: não conseguia controlar a turma, era desrespeitado e não dominava todas as matérias (atuava nas três frentes de Linguagens), e tudo isso me desgastava (e aos alunos) profundamente.  Até que resolvi, no segundo ano de faculdade, passar o curso para o diurno e ver se conseguia algumas aulas em cursinho (era a minha “cartada final” na tentativa de atuar na minha área de formação).

Eis que consegui duas aulas em um cursinho específico para redação, com uma turma pequena, em um espaço acolhedor, e pensei: “Talvez eu esteja ainda me encontrando em sala de aula. Quem sabe…”

Dessa experiência, fui para a mesma rede de cursinhos em outra cidade, também com uma aula por semana, isso já em 2014. No ano seguinte, assumi as correções de redação da turma, e, por volta de abril, passei também a dar aulas de redação para os alunos. Definitivamente, eu tinha pouca experiência com a matéria (e até hoje reflito o quanto dar aulas de redação é trabalhoso, pois buscamos conteúdo na história, literatura, filosofia, sociologia, geografia e tantas outras áreas do conhecimento para discutir o tema da semana com nossos alunos). A sorte é que tive alunos muito disciplinados, esforçados, e, naquele ano, tivemos uma aluna nota 1000 no ENEM. Nunca achei que fosse “meu resultado”, mas contribuí, de alguma forma, para essa conquista.

Pouco a pouco, fui me encontrando nesse universo da redação, consciente das minhas limitações e da necessidade de me preparar diariamente para dar boas aulas. À medida em que fui me sentindo mais preparado para lidar com o conteúdo da disciplina e discussões de temas, fui indicado para trabalhar em outras escolas, e percebi que eu SEMPRE fui professor: faltava experiência e confiança. Tranquei o curso de Direito e fui me dedicando cada vez mais ao que amo fazer: ensinar.

Bom, e o que esse relato tem a ver com o título desse texto?

Existe um poema de Fernando Pessoa chamado “Poema em linha reta”.  Separei alguns trechos que me tocam mais profundamente:

“Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

[…]

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na vida…

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?”

Fonte: releituras.com

Eu o acho sensacional, pois me incomoda profundamente aqueles que “são campeões em tudo”, e me sinto farto de “semideuses” (isso é uma falácia, deixemos claro). Muitas vezes, no exercício docente, encontramos profissionais que não assumem falhas, que não se mostram abertos à desconstrução e ao aprendizado de novos modelos de ensino, e, além de serem indivíduos avessos ao diálogo com outros professores, constroem muros entre eles e os alunos.

Lembram-se do nosso texto sobre Ensino Híbrido? (se não o leu, o link está aqui). Nós o terminamos falando em uma educação que construa pontes, e não muros. Essas pontes também devem ser construídas nas relações entre professores, e é por esse motivo que existe esse blog.

Tenho muito orgulho do profissional que sou hoje, e mais orgulho ainda de ser um “professor em linha torta”: tenho muito o que aprender; acho que um pouco a ensinar. Quer vir com a gente? Meu nome é Eduardo Zenon, integro uma equipe da qual me sinto honrado em fazer parte, com profissionais que me inspiram todos os dias e com os quais a troca acontece de forma leve, produtiva e com muita admiração.

No próximo texto, vamos pensar juntos em etapas importantes no momento de preparar uma aula. Aqui, lembre-se, é mão na massa e muita parceria! Acelera, prof. 

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