Acompanhamos, nas postagens anteriores, uma série sobre a redação da grade Fuvest (A estrutura da redação da Fuvest, Redação da Fuvest: autoria e Construção finalizada: leitura de uma redação da Fuvest), e, hoje, encerraremos essas reflexões com a elaboração de uma proposta com cara de Fuvest! Para isso vamos, inicialmente, voltar nosso olhar para alguns temas anteriores.
2010: O mundo por imagens
2011: O altruísmo e o pensamento a longo prazo ainda têm lugar no mundo contemporâneo?
2012: Participação política: indispensável ou superada?
2013: Consumismo
2014: Idoso
2015: “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia
2016: As utopias: indispensáveis, inúteis ou nocivas?
2017: O homem saiu de sua menoridade?
2018: Devem existir limites para a arte?
2019: De que maneira o passado contribui para a compreensão do presente?
Ao observarmos os últimos dez anos, é possível identificar a recorrência de perguntas e, em algumas propostas, até a ausência de um tema especificado em um enunciado (como em 2013 e 2014).
Torna-se nítida a persistência de propostas que não limitam tanto o candidato. Conforme comentamos em um dos primeiros posts sobre a Fuvest, o texto dissertativo-argumentativo dessa grade não exige do leitor um único posicionamento, mas sim valoriza a pluralidade de abordagens possíveis a partir de um mesmo tema.
Tendo em vista os traços recorrentes na maioria das propostas da Fuvest, elaboramos, a seguir, uma possível proposta com o “estilo” da Fuvest.
Proposta de redação FUVEST – Sugestão
Veja que temos 4 textos nessa coletânea. O primeiro define “Mimetizar” e “Mimetismo”, o que pode ser usado por você para situar os alunos e as alunas sobre exemplos em que nossa sociedade reproduz, de forma maquinal, gestos e atitudes (ainda não chegamos ao tema em si, mas você pode provocar a turma para pensar nessas questões, por enquanto mais abrangentes).
O segundo e o terceiro textos falam de situações de homens que morreram na rede de supermercados Carrefour (um após ter sido espancado, e outro que sofreu um ataque cardíaco enquanto trabalhava, e teve seu corpo coberto por guarda-sóis para que o estabelecimento não precisasse de ser fechado).
O quarto texto é um trecho do conto “Uma vela para Dario”, de Dalton Trevisan, em que um homem que caminha na rua enfarta, e as pessoas ao redor, aparentemente preocupadas com ele, vão aos poucos levando os objetos pessoais de Dario enquanto ele perde a vida.
Após a leitura desses textos, você pode refletir com a turma o que esses casos reais que ocorreram no Carrefour retratam sobre nossa sociedade. Espera-se que os alunos e as alunas tragam o histórico da escravidão no Brasil e a violência praticada contra negros, e como esse legado perdura até a atualidade, no chamado racismo institucional. Outros exemplos podem ser trazidos pelos alunos, como o caso do garoto Miguel Otávio que caiu do 9º andar do prédio onde a mãe dele trabalhava como empregada (será que se fosse o filho da dona do apartamento a punição e a repercussão teriam sido as mesmas?).
Depois de a turma trazer ideias, pode-se pensar em um projeto de texto e o organizar.
São apenas algumas ideias, e quanto mais vocês participarem desse processo, mais possibilidades de aula teremos. Você chegou a trabalhar com seus alunos alguma proposta interessante para a Fuvest? Conte pra gente. Gostou dessa ideia aqui? Se curtiu esse conteúdo, compartilhe-o com seus/suas colegas e nos siga na página do Insta Acelera, prof. Traremos sempre conteúdos que possam ser aproveitados nas aulas de redação e formaremos a melhor comunidade de professores de redação do país. Até o próximo texto!
Acelera, prof.